Dois jogadores excepcionais. Um, travou uma batalha com o seu próprio corpo, vencida pela perseverança e pela paixão por jogar futebol. O apelido de Fenômeno que ganhou quando jogava na Inter de Milão traduz bem o que foi a carreira de Ronaldo. Um dos poucos jogadores da história que têm mais identificação com a seleção de seu país do que com os clubes por onde passou.
Ronaldo é alvo da euforia de diversas mesas redondas, que o colocam como o melhor pós-Pelé. Ganhou duas das quatro copas que disputou, ganhou todos os títulos possíveis na Europa, tem um carisma fora do comum, talvez, este último o motivo de exagerada colocação.
Como se esquecessem que existiu um certo baixinho marrento, autor de 1002 gols na carreira, tão amado, quanto odiado, mas gênio, espetacular e inigualável na pequena área, artilheiro do campeonato brasileiro aos 39 anos...poucos se lembram, mas Romário também foi um grande artilheiro quando passou pela Europa.
Este, diferentemente do primeiro, perdeu para si mesmo, por não gostar de treinar, a preferir o Futvôlei e escolher voltar cedo para o Brasil quando ainda era o melhor do mundo. Esse foi o seu maior erro.
Ambos se não estivessem nas copas de 94 e 2002, respectivamente, possivelmente o Brasil não seria Penta campeão do mundo. Jogadores capazes de ganhar uma Copa do Mundo sozinhos são raros. Foi uma pena não termos tido a oportunidade de termos visto jogarem juntos no ataque titular da seleção, uma copa do Mundo. Em 98 ficou no quase. Se tal feito tivesse ocorrido, talvez hoje seríamos hexa.
Romário foi ligeiramente melhor, pois foi mais fácil assistir suas geniais jogadas. Jogou até os 41 anos mesmo sem gostar de treinar, marcou mais que o dobro de gols do que Ronaldo, não menos gênio, mas como eu disse, a sua batalha com o joelho o atrapalhou e muito.

Mas agradeço aqui, como um amante do futebol, pela oportunidade de ter visto jogar esses dois craques de bola...
Será difícil ver um novo Romário ou um novo Ronaldo, eu vi, o futebol e minha geração serão eternamente gratos.