Levy negociou as camisas com Assis (Foto: Reprodução) |
Um fato interessante foi observado pelo amado e odiado jornalista Renato Maurício Prado, naquele fatídico episódio na loja da Olympikus, em que o irmão de R10, empresário e mercenário, Assis, deu uma de esperto ao tentar levar dezenas de itens sem pagar. Enfim, episódio lamentável, mas o blogueiro citado, destacou o fato de Assis ter levado 25 camisas de uma "cota" do vice de finanças do clube, Michel Levy.
Agora me responda: por que o dirigente tem direito a camisas do clube? Pra dar de presente para a esposa, para os filhos, amigos, colega dos primos, cachorro e papagaio? Isso é um absurdo, se lembrarmos que por cada camisa vendida, a média dos clubes brasileiros é ter direito a cerca de 7 ou 8 %. Exemplo: se a camisa do seu time de coração custa R$ 200,00, por cada camisa vendida o clube recebe cerca de R$ 14,00, o que é muito pouco.
Por outro lado, dirigentes possuem cotas de camisas e ficam isentos de ajudar o clube com os royalties da camisa. Considerando que os clubes brasileiros estão cada vez mais endividados (vivendo uma falsa boa economia nacional que permite contratações e altos salário) e mesmo com uma pequena porcentagem, a venda de produtos é uma das principais fonte de renda dos clubes. É como se o dirigente roubasse do próprio clube. Um dado interessante é que a venda de camisas já movimenta mais de R$ 200 milhões por ano no futebol brasileiro.
Camisa da discórdia (Foto: Divulgação) |
E será que isso só acontece no Flamengo? É claro que não! O caso só serve de alerta para uma situação que deve ocorrer em vários clubes do país. Dirigentes com cotas de camisas para dar e vender. Isso é bem a cara do Brasil. Uma camisa ou outra seria até aceitável, afinal o dirigente é um trabalhador do clube, mas cota com sei lá quantas camisas? Aí já é demais.
Na Gávea, especula-se que Michel Levy tem uma cota de 60 camisas em um determinado período de tempo. Entretanto também é cogitado que outros dirigentes do clube tem direito a cota. Agora imagina aí uns dez dirigentes, cada um com umas 60 camisas. Que beleza de prejuízo hein!